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A CELEBRAR EM NAROM OS DIAS 15-16-17 DO VINDEIRO ABRIL

O Grande Congresso Internacional Celta em Narom

Artur Alonso Novelhe  |  04 de marzo de 2011 (03:39 h.)
Poster del III Congreso Internacional sobre la Cultura Celta.
Este fabuloso Congresso Internacional sobre “Os Celtas da Europa Atlântica”, a celebrar em Narom os dias 15-16-17 do vindeiro Abril, iniciam certamente esta caminhada, com figuras de prestigio a nível internacional.

Como bem afirma o Doutor Andre Pena Granha, no seu muito esclarecedor estudo sobre “o Caminho dos Celtas ao Fisterre”, há mais de 20.000 anos a povoação da Europa Continental refugia-se no Noroeste Atlântico da Península Ibérica, fugindo do gelo. Retirada a glaciação, a povoação longo tempo assentada, foi migrando durante o Mesolítico e o Neolítico desde Galiza, como bem recolhem as lendas, primeiro em direção a Irlanda, logo a Grã Bretanha, para regressarem depois ao continente.

Esta afirmação coincide com a moderna investigação da Dinâmica de Povoações, estudada inicialmente na Galiza pelo Dr. Angel Carrecedo, do Gabinete de Medicina Legal da Universidade de Santiago de Compostela (e premio Jaime I de investigação), as quais se acrescentaram, anos mais tarde, às achegas do Dr. Bryan Sykes, professor de genética humana da Oxford University e do Dr. Daniel Bradley, professor de genética na Trinity College.

Estas populações celtas, que em seu dia, chegaram mesmo ao território da actual Turquia, serão a primeira cultura, da que tenhamos noticia vai formar uma unidade européia, baseada num continuo cultural religioso, e estruturada baixo um sistema piramidal controlado pelos Druidas, assim como um culto de veneração a natureza, ao universo que nos rodeia e aos deuses que nela influenciam, cujas funções não variam ainda a pesar da variedade de teónimos utilizados.

A importância, pois hoje em dia dos estúdios célticos, parte na Europa deste facto unificador cultural, que da um principio de coesão aos diferentes territórios europeus, em base a uma sociedade de caráter mais espiritual e que pode mesmamente orgulhar- se de denominar-se plenamente europeia, em contra daquela, tão orgulhosamente defendida unidade romana, que ao nosso modo de ver, representeou um império netamente mediterrâneo, região que majoritariamente controlou e por donde evidentemente mais se expandiu. Império de Roma cuja cosmovisão materialista, trocaria o curso da historia européia, ao substituírem a importância espiritual pela necessidade material de angariar recursos para sustentabilidade da sua estrutura organizativa.

Num mundo tecnologicamente evoluído, onde a revolução das comunicações permite, a cada dia, maior conexão a nível global, a importância dos estudos celtas radica também, em servir a diferentes países, regiões, comunidades e línguas de nexo de ligação histórico, artístico, turístico, económico, gastronômico, identidário, que permita superar por um lado os velhos paradigmas localistas concretizados na ideia errada da singularidade e particularidades únicas; e concretize pelo outro a realização de projectos comuns nas diferentes áreas tanto cientifico – tecnológico, como artístico culturais, que vão possibilitar tanto a reafirmação de zonas e territórios já de por si dinâmicos e tecnologicamente avançados, quanto e o que para nós é mais importante o desenvolvimento de espaços, que dadas as suas características especificas, ficaram marginalizados de onda mundializadora.

Numa época em transição, desde um velho modelo de organização social, a cada dia mais em confronto com os novos modelos tecnológicos e suas aplicações práticas, a um novo modelo mais evoluído, que faça evidente o salto quântico que a humanidade precisa para dar para solucionar os múltiplos e variados problemas que o planeta enfrenta; onde o velho paradigma de homem dominador e conquistador da natureza e seu habitat, deverá mudar para um novo paradigma do homem conciliador e respeitador do entorno e suas riquezas (vitais a esta altura para sobrevivência da própria espécie) os estudos celtas não só podem fornecer ao acervo comum da humanidade duma nova visão respeito aos valores ecológicos, que em conjunto com outras visões de outros povos, podem ajudar a tirar-nos do labirinto evolutivo, que em esta altura chegaram nossas sociedades, onde à crise econômica temos que engadir a crise ecológica e a crise de valores, desprezar estes novos valores que vão possibilitar a mudança psicológica, filosófica, política, econômica, em suma organizativa desde os velhos paradigmas às novas formulações e cosmovisões planetárias, não só seria uma acto de desprezo gratuito, senão uma espécie de porta aberta ao suicídio colectivo.

No tocante a Galiza, a importância dos estudos celtas, radica em ser a velha Kalaika, a matriz do mundo celta, como bem demonstram os estudos científicos, que nas diversas áreas, da genética, lingüística ou arqueologia estão a ser feitos. O qual possibilita a Galiza uma porta aberta a criar um centro permanente desta disciplina capaz de formalizar redes atlânticas em todos os campos, que ajudem a gerar riqueza, em todos seus âmbitos e acepções, para todo este fértil mundo atlântico e as populações que em ele se assentam, já sejam britânicas, portuguesas, irlandesas, galegas ou mesmo brasileiras.

Por outro lado sendo a antiga Gallaecia o berço também da língua e cultura lusófona, não estaria de mais fazer da Galiza uma ponte de enlace entre estes dous mundos, nomeadamente atlânticos, agora que alem de mais os últimos trabalhos, vem de situar o nome Brasil, como uma das ilhas da mitologia celta, que a cartografia medieval assinala ao extremo oeste da Irlanda.

Jogar Galiza este importante papel de ponte entre estas duas culturas, geraria um rol de privilégio que dotaria ao nosso país dessa grande oportunidade que os galegos estivemos esperando, desde a doma e castração, efetuada pela católica rainha castelhana.

Agora a historia de novo nos abre o cofre das possibilidades, mas vai depender de nós aproveitarmos com dignidade e honor, esta magnífica oferenda que nos fazem os deuses atlânticos.

Este fabuloso Congresso Internacional sobre “Os Celtas da Europa Atlântica”, a celebrar em Narom os dias 15-16-17 do vindeiro Abril, iniciam certamente esta caminhada, com figuras de prestigio a nível internacional, vindas de universidades tão prestigiosas como a Soborna de Paris, a London University, a Universidade do Porto, a Universidade de Urbelândia, a Complutense de Madrid, alem das Universidades galegas, cujos professores estão hoje entre os especialistas mais em destaque desta matéria.

O Instituto Galego de Estudos Celtas é bom organizador deste evento, que contara com mais de 30 palestrantes de todo o mundo atlântico.

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