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O Neofeudalismo

| 18 de mayo de 2011

Os mercantilistas estão de em hora boa, o remate do capitalismo financeiro e a inauguração da nova etapa do “Despotismo ou Totalitarismo Bancário”, em que uma parte ínfima da sociedade (as elites financeiras) controla e organiza baixo seus interesses, a vida do resto dos seus congêneres; e que já sem êxito fora tentado de impor a princípios do século XX, terá repercussões muito importantes na vida

Os mercantilistas estão de em hora boa, o remate do capitalismo financeiro e a inauguração da nova etapa do “Despotismo ou Totalitarismo Bancário”, em que uma parte ínfima da sociedade (as elites financeiras) controla e organiza baixo seus interesses, a vida do resto dos seus congêneres; e que já sem êxito fora tentado de impor a princípios do século XX, terá repercussões muito importantes na vida das presentes e futuras gerações, assim como na mesma sobrevivência do Estado, não já do Estado nação obviamente ultrapassado, senão do Estado como encarregado do controlo, planejamento e execução do organograma social e suas ramificações inerentes.

Os mercantilistas precisam ainda de socializar suas perdas, como durante toda a crise sistêmica se pode verificar, depois uma vez saneados seus bancos, posto a bom recado a suas fortunas, é a hora de devorar ao próprio Estado que lhe forneceu os recursos para a recuperação dos seus grupos lobistas, seus bancos e corporações multinacionais correspondentes, a conta das poupanças das classes trabalhadoras, por médio duma injusta tributação. Se alguém não conhece este perverso jogo é hora de se despertar, por que do contrario ficara eternamente adormecido.

Sabemos que os défices estatais foram forçados ao máximo por causa dos ativos tóxicos bancários, inventados pelas grandes mentes das finanças no casino global para obterem lucros nunca alcançados na historia recente da humanidade, jogando em alto risco com recursos provenientes duma cidadania altamente endividada.

Sabemos que os défices estatais, em contra do tão alardeado desequilibro econômico que provocam, segundo a mídia de referencia oficial, pelo contrario são precisos e ate imprescindíveis para vigorar a recuperação económica, criar emprego e aumentar a produtividade, dentro da própria lógica do sistema.

Porem a contração destes défices de forma não ordenada, provocara perda de emprego, falência de pequenas e medianas empresas, contração dos salários e do poder de compra dos trabalhadores, diminuição prolongada do consumo, etc... Mas a dia de hoje não é possível seguir uma linha diferente a marcada pelos novos organizadores do mundo: os Banqueiros Globais.

No caso a Europa do PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Spain), o tratamento a aplicar passava primeiro pela austeridade extrema, e à seguir pela política dos resgates. No caso de serem resgatado, o país e literalmente é devorado pelos grandes lobbistas ocidentais.

A vista está, pois os movimentos a seguir: políticas anti-sociais, que dificultarão a recuperação ao tempo que exigirão o enfraquecimento do Estado por médio das privatizações dos poucos sectores que ainda permanecem baixo propriedade publica, a começar tal vez pela sanidade. A privatização da saúde efetuara-se seguramente em diversas etapas: privatizando primeiro a gestão, e por ultimo modificando o modelo cara a um modelo sanitário privado, se antes a cidadania não se organiza e logra paralisar o embate. A privatização da educação é outro dos objetivos a não tão longo prazo.

Tudo aquilo que seja factível de gerar renda, já seja uma auto-estrada ou um corpo policial, mesmo um recinto penitenciário, pode ser na pratica transferido a mãos do sector mercantil privado. Mas isto tampouco aliviará a crise dado estarmos ante um cenário muito hostil de fim dum sistema econômico e organizativo que vigora, não desde fins da II Guerra Mundial, senão talvez desde que Colombo e Magalhães abrissem o globo à dominação ocidental.

Ante tal disjuntiva os dominadores do sistema se encontram com mui poucas opções equilibradas (todas parecem extremas) para salvar seus domínios das turbulências que se avizinham. A única possibilidade de transação passa pela demolição do velho sistema enquanto se tenta definir um novo modelo que garanta o estatus piramidal estabelecido em séculos de imperiais hegemonias.

Complicado: a um tempo devem impedir-se que novos atores regionais ou globais tentem ocupar espaços que o ocidente deixa valeiros (daí as revoltas no Oriente Médio, a guerra na Líbia, e os confrontos invisíveis na África), em tempos de contração, e mesmo paralisar possíveis expansões de futuros ou atuais inimigos.

Isto traz consigo que seja inevitável fortalecer o policiamento do orbe, a vez que o militarismo (algo muito perigoso).

Também se faz evidente complementar políticas de alianças em tempos de escassez. Isto a vez combinado com a imparável maré globalizadora, que agora esta a viver sua fase regionalizadora. Pontos de fricção combinados com as contradições criticas que todo sistema gera e que na fase senil se tornam em combinações de crises diversas: sociais, ecológicas, econômicas, políticas, energéticas.... aceleram as dificuldades de manutenção duma paz interessada, com violência focalizada, que todo império precisa para manter a supremacia.

Daí o Império decadente tente acelerar a confusão planetária numa tentativa de reorganização global em todas as frentes, a procura de isolar seus adversários (leia-se China), ganhar novas alianças (leia-se Brasil, Rússia ou Índia...) ou procurar aliviar a pressão em zonas vitais e centrais na geopolítica (leia-se Irão, Bahreim ou Arábia Saudita...).

Mas este Império tão significativamente eficaz a nível político ou estratégico tem um imenso furado no seu talão de Aquiles, enquanto a mudança, a cada dia mais precisa, de sistema econômico e monetário. Ai as cousas não estão nada claras, a pesar das possibilidades de sobrevivência imperial, e o afastamento dum caos planetário, passem inevitavelmente por elo. O único que temos diáfano em curto prazo é a evolução do antigo capitalismo da finanças, expandido pelos Chicago boys, para um cada vez mais visível capitalismo das rendas, nascido a partires da lógica evolutiva da teoria de Friedman, e a cada dia mais parecido com o velho modelo feudal, que o próprio mercantilismo teve de derrubar para poder afiançar-se no trono dos indiscutíveis.

 

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