12:11 h. viernes, 26 de abril de 2024

FRANÇA VIVE O CENTRALISMO

Centenas de pessoas reclamam respeito para a língua em Vilanòva de Magalona · Dois eurodiputados da Europ

Agencias  |  15 de enero de 2011 (20:54 h.)
França é o Estado Europeu onde se deixa sentir o centralismo com maior força, herdeiro do jacobinismo da Revolução de 1789. A maior parte das línguas regionais da República estão morrendo por falta de atenção por parte do governo de Paris e pela falta de governos regionais com competências.\"Autarca

Várias centenas de pessoas manifestaram-se neste passado domingo na localidade occitana de Vilanòva de Magalona (Villeneuve-lès-Maguelone, em francês) para pedir respeito para o occitano e em apoio ao seu autarca, Noël Segura, o homem que se negou a aceitar uma sentença judicial que o obriga a retirar os letreiros neste idioma que há à entrada do povo.

O autarca, segundo cita AFP, disse que chegará \"até o final\" para ganhar a batalha judicial pelos letreiros occitanos e que, se faz falta, irá aos tribunais de cassação. \"As línguas regionais estão longe de morrer\", remarcou Segura. 


A batalha judicial iniciou-a Robert Hadjadj, membro do Movimento Republicano de Saúde Pública (uma organização contrária à diversidade linguística da República Francesa), quem interpôs uma demanda contra os letreiros porque, segundo o seu parecer, representavam um perigo porque podiam confundir os condutores. Um juiz deu-lhe a razão no passado outubro, mas o autarca Segura reagiu a seguir dizendo que não retiraria os letreiros. 

Um senador trata de salvar os letreiros mediante uma nova lei 

O certo é que Segura não se encontra só na sua batalha. No domingo desfilaram em seu apoio não tão só representantes do Instituto de Estudos Occitanos e das Calandretas, senão também políticos do nível de François Alfonsi e Catherine Grèze, eurodeputados corso e occitana da coalizão da Europa Ecologia-Regiões e Povos Solidários, bem como outros deputados e prefeitos occitanos. Para a Europa Ecologia, o occitano não é tão só um património mas \"um elo de união entre os países europeus de língua románica\". Grèze, precisamente, escreveu faz poucas semanas uma interpelação à Comissão Europeia sobre a maneira de fazer que França \"aplique os princípios europeus sobre as línguas minoritárias\". 

Dentro da França, tem sido o senador occitano Roland Courteau quem tem tratado de apanhar as rédeas legais da questão. Efectivamente, Courteau apresentou no Senado o passado 26 de novembro uma proposta de lei para que se permita explicitamente que os cartazes na entrada e saída das zonas urbanos possam exibir o nome das vilas em francês e na língua própria do território.

 

 

 

Noticias de hoy
Hemeroteca